Matriz De Eisenhower: como organizar suas tarefas

Você já terminou um dia exausto, mas com a sensação de que não avançou em nada realmente relevante? Ou percebeu que passou horas apagando incêndios, respondendo mensagens, correndo atrás de prazos, e deixou de lado projetos que poderiam transformar sua carreira ou sua vida?


Essa é uma realidade comum: estamos sempre ocupados, mas nem sempre produtivos. A correria diária muitas vezes nos coloca em modo reativo, e ficamos reféns das urgências enquanto o que é importante vai sendo adiado indefinidamente.


Foi diante desse dilema que surgiu a Matriz de Eisenhower, uma das ferramentas de gestão de tempo mais eficazes e simples já criadas. Ela ajuda a tomar decisões rápidas e conscientes sobre onde investir energia, estabelecendo uma clara diferença entre o que é urgente e o que é importante.


A Matriz de Eisenhower nasceu da prática de Dwight D. Eisenhower, general do exército americano e presidente dos Estados Unidos, famoso por sua capacidade de priorizar tarefas sob pressão. Ao longo de sua vida, Eisenhower precisava decidir constantemente quais problemas mereciam atenção imediata e quais podiam ser adiados, delegados ou simplesmente eliminados. Esse raciocínio deu origem ao método que leva seu nome.


Décadas depois, Stephen Covey, no clássico The 7 Habits of Highly Effective People, ajudou a popularizar a técnica, transformando a Matriz de Eisenhower em um dos modelos mais difundidos no mundo da produtividade.


E o melhor: aplicar a matriz é simples, mas pode mudar totalmente a forma como você organiza seu dia a dia. Ao classificar suas tarefas entre urgentes e importantes, você deixa de ser refém do caos e passa a assumir o controle sobre suas prioridades.


Nos próximos tópicos, vou mostrar em detalhes como funciona a Matriz de Eisenhower, exemplos práticos de cada quadrante e, principalmente, como você pode começar a usá-la hoje mesmo para ter mais foco, clareza e resultados.


Como funciona a Matriz de Eisenhower

Matriz de Eisenhower

A lógica é simples: toda tarefa pode ser classificada em uma das quatro combinações entre urgência e importância. O resultado é uma matriz com quatro quadrantes:

  1. Importante e Urgente → FAÇA AGORA
  2. Importante, mas não Urgente → PROGRAME
  3. Urgente, mas não Importante → DELEGUE
  4. Nem Urgente nem Importante → ELIMINE


Agora vamos explorar cada quadrante em detalhes e entender como aplicá-los na prática.


Quadrante 1: Importante e Urgente (FAÇA AGORA)

Esse é o quadrante das tarefas que exigem ação imediata. Quando algo é importante e urgente, significa que está diretamente conectado às suas metas, responsabilidades ou resultados, e que precisa ser resolvido agora, sem adiamentos.


Geralmente, são atividades que, se não forem feitas no prazo certo, podem gerar consequências sérias: perda de clientes, prejuízos financeiros, falhas em projetos, problemas pessoais ou até impactos na sua saúde.


Exemplos práticos de tarefas importantes e urgentes

  • Resolver um problema crítico com um cliente insatisfeito.
  • Entregar um relatório cujo prazo final é hoje.
  • Consertar um erro grave em um sistema ou projeto que compromete o funcionamento.
  • Comparecer a uma reunião de emergência com sócios ou diretores.
  • Lidar com questões pessoais imediatas, como emergências de saúde.


Essas situações pedem que você assuma o controle e aja sem demora. Por isso, no contexto da Matriz de Eisenhower, a orientação é clara: FAÇA AGORA.


O perigo do Quadrante 1

Apesar de necessário, viver apenas nesse quadrante é perigoso. Muitas pessoas passam o tempo inteiro correndo atrás de urgências, sempre sobrecarregadas, cansadas e sem espaço para pensar de forma estratégica.


Quando você está constantemente no “modo urgente”, entra no ciclo de apagar incêndios: resolve o problema de hoje, mas não consegue criar soluções duradouras para evitar que ele volte amanhã. Isso leva ao estresse e, no longo prazo, pode comprometer não só a produtividade, mas também sua saúde física e mental.


Como lidar melhor com esse quadrante

A chave está em equilibrar. Tarefas importantes e urgentes devem ser feitas imediatamente, mas é preciso também aprender a reduzir a frequência com que elas aparecem.


Algumas práticas:

  1. Planeje-se com antecedência – muitas urgências só existem porque deixamos de programar atividades importantes no Quadrante 2 (Importante, mas não Urgente).
  2. Use checklists e rotinas – para evitar esquecimentos que geram correria de última hora.
  3. Defina prioridades claras no início do dia (ou na noite anterior) – saiba exatamente o que precisa ser concluído e concentre energia nessas tarefas.
  4. Proteja sua agenda – não deixe que interrupções e demandas externas te desviem das verdadeiras prioridades.


O Quadrante 1 da Matriz de Eisenhower é inevitável: sempre existirão emergências e prazos críticos. Mas quanto mais você se organiza e atua de forma estratégica, menos tempo passará nesse quadrante. Assim, sobra espaço para o que realmente constrói resultados sustentáveis: o Quadrante 2.


Quadrante 2: Importante, mas não Urgente (PROGRAME)

Esse é, sem dúvida, o quadrante mais estratégico da Matriz de Eisenhower, na minha opinião. Ele representa aquelas tarefas que não têm prazo imediato, mas que são fundamentais para o crescimento, equilíbrio e resultados de longo prazo.


Muitas vezes, essas atividades são negligenciadas justamente porque não gritam na sua cara. Como não têm urgência, a tendência natural é empurrá-las com a barriga, priorizando outras coisas que parecem mais “urgentes”. O problema é que, se você não cuida desse quadrante, ele se transforma rapidamente em urgência (Quadrante 1).


Exemplos práticos de tarefas importantes, mas não urgentes

  • Criar um planejamento estratégico para sua empresa.
  • Definir metas pessoais ou profissionais para os próximos meses.
  • Estudar para desenvolver novas habilidades.
  • Investir tempo em networking de qualidade.
  • Praticar atividades físicas regularmente.
  • Cuidar da saúde mental, do descanso e dos relacionamentos pessoais.
  • Reservar tempo para reflexão e aprendizado contínuo (como leitura e journaling).


Perceba que esse quadrante está muito ligado ao autodesenvolvimento e ao crescimento sustentável. Aqui é onde você constrói bases sólidas para evitar crises futuras.


O perigo do Quadrante 2

O grande risco aqui é a procrastinação. Como essas tarefas não são urgentes, é comum pensar: “Depois eu faço”. Mas esse “depois” pode nunca chegar, até que o problema se torne crítico.


Exemplo: não cuidar da sua saúde hoje (alimentação, exercícios, check-ups) pode levar a uma emergência médica amanhã. Não planejar projetos com antecedência pode gerar atrasos e correria no futuro.


Como lidar melhor com esse quadrante

A regra aqui é simples: PROGRAME. Reserve tempo na sua agenda para essas atividades e trate esses compromissos como se fossem reuniões inadiáveis com você mesmo.


Algumas práticas:

  1. Bloqueie horários na agenda – marque como compromissos fixos atividades como estudo, leitura, planejamento e exercícios.
  2. Use a técnica do “primeiro o mais importante” – comece o dia cuidando de pelo menos uma atividade do Quadrante 2 antes de mergulhar nas urgências.
  3. Defina metas de longo prazo – e conecte pequenas ações diárias que aproximem você dessas metas.
  4. Pratique a prevenção – antecipe problemas planejando bem suas entregas, revisando processos e investindo em melhorias contínuas.


O Quadrante 2 da Matriz de Eisenhower é onde você constrói clareza, equilíbrio e crescimento real. É o espaço do planejamento, da prevenção e do investimento em você e no que importa de verdade.


Quem passa mais tempo aqui, colhe resultados maiores e sofre menos com as pressões do Quadrante 1. Por isso, se quiser transformar sua rotina, a chave está em proteger esse espaço na sua vida.


Quadrante 3: Urgente, mas não Importante (DELEGUE)

O terceiro quadrante da Matriz de Eisenhower é o território das tarefas que parecem inadiáveis, mas que não estão diretamente ligadas aos seus objetivos ou prioridades principais. Elas exigem atenção imediata, mas não precisam necessariamente da sua atenção.


Muita gente acaba caindo na armadilha de assumir tudo o que é urgente como se fosse essencial. Isso gera sobrecarga, estresse e a falsa sensação de produtividade, afinal, você passa o dia ocupado, mas não necessariamente avançando no que realmente importa.


Exemplos práticos de tarefas urgentes, mas não importantes

  • Telefonemas e mensagens que interrompem seu fluxo de trabalho, mas que alguém da equipe poderia responder.
  • Reuniões que pedem sua presença, mas não exigem sua contribuição decisiva.
  • Problemas operacionais que poderiam ser resolvidos por outras pessoas.
  • E-mails de clientes ou parceiros que pedem retorno rápido, mas não dependem exclusivamente de você.
  • Demandas administrativas de rotina (documentos, formulários, aprovações simples).


O perigo do Quadrante 3

O maior risco desse quadrante é a ilusão de importância. Como são urgentes, essas tarefas dão a impressão de que merecem prioridade máxima. Mas, no fundo, elas podem ser feitas por outras pessoas sem comprometer os resultados.


Se você passa muito tempo nesse quadrante, acaba se tornando um “resolvedor de pequenas urgências” e deixa de lado o que só você pode entregar. É a receita perfeita para o esgotamento e a estagnação.


Como lidar melhor com esse quadrante

A palavra de ordem aqui é: DELEGUE. Essas tarefas devem ser repassadas de forma clara e objetiva para outras pessoas, liberando o seu tempo para focar no que realmente importa.


Algumas práticas:

  1. Tenha clareza sobre suas prioridades – antes de assumir uma tarefa, pergunte: “Precisa realmente ser eu a fazer isso?”
  2. Crie processos e checklists – para que outras pessoas possam resolver situações urgentes sem depender de você a cada detalhe.
  3. Capacite sua equipe – quanto mais autonomia e conhecimento os outros tiverem, menos sobrecarga vai sobrar para você.
  4. Comunique expectativas com clareza – delegar não é apenas repassar tarefas, é dar instruções objetivas e definir critérios de sucesso.


O Quadrante 3 da Matriz de Eisenhower mostra que urgente não é sinônimo de importante. Muitas demandas podem (e devem) ser delegadas para liberar o seu tempo e energia.


Delegar é, de fato, uma arte: exige confiança, comunicação e a mentalidade de que você não precisa (nem deve) fazer tudo sozinho. Quanto mais você pratica, mais tempo ganha para investir nas atividades do Quadrante 2 — aquelas que constroem o futuro.


Quadrante 4: Nem Urgente nem Importante (ELIMINE)

O quarto quadrante da Matriz de Eisenhower representa atividades que não têm impacto real nos seus objetivos e não exigem atenção imediata. Em outras palavras, são distrações, aquelas coisas que ocupam a sua agenda, mas não entregam nenhum resultado concreto.


Ao contrário dos outros quadrantes, que ainda carregam algum tipo de valor (mesmo que indireto), aqui não há ganho. Por isso, a regra é clara: ELIMINE.


Exemplos práticos de tarefas nem urgentes e nem importantes

  • Reuniões longas e improdutivas que poderiam ser resolvidas com um simples e-mail.
  • Rolagem infinita nas redes sociais, sem propósito definido.
  • Conversas de corredor (ou de WhatsApp) que não levam a lugar algum.
  • Atividades burocráticas que poderiam ser automatizadas ou eliminadas do processo.
  • “Procrastinação ativa”: gastar tempo organizando arquivos, pastas e detalhes que não fazem diferença real.


O perigo do Quadrante 4

O problema dessas tarefas é que, na hora, elas parecem inofensivas. Afinal, quem nunca entrou no Instagram “só por 5 minutinhos” e quando percebeu já tinha passado meia hora?


O risco é que essas pequenas distrações, acumuladas ao longo do dia, somam horas preciosas perdidas em atividades sem retorno. O resultado é a frustração: você trabalhou o dia inteiro, mas não avançou em nada que realmente importasse.


Como lidar melhor com esse quadrante

Eliminar não significa ser radical e cortar absolutamente tudo que dá prazer ou descanso. Lembre-se: lazer e pausas conscientes fazem parte da produtividade sustentável. A diferença é separar descanso intencional de distrações vazias.


Algumas práticas:

  1. Identifique seus ladrões de tempo – faça uma lista das atividades que consomem horas do seu dia sem entregar valor.
  2. Use limites conscientes – redes sociais, séries ou jogos podem ser momentos de lazer, mas defina tempo máximo para não virar fuga.
  3. Questione cada tarefa – pergunte-se: “Se eu parar de fazer isso hoje, minha vida realmente muda em algo?”
  4. Substitua distrações por descansos de qualidade – em vez de rolar o feed, que tal uma caminhada curta, uma leitura leve ou uma pausa consciente para o café?


O Quadrante 4 da Matriz de Eisenhower ensina que nem tudo que ocupa seu tempo merece sua atenção. Ao eliminar o que não é urgente nem importante, você abre espaço para investir energia no que realmente transforma seus resultados e sua vida.


Cortar o excesso pode ser difícil no começo, mas é libertador no longo prazo. Afinal, produtividade não é fazer mais, e sim fazer melhor focando apenas no que importa de verdade.


Como aplicar a Matriz de Eisenhower agora mesmo

Não adianta só entender o conceito, a verdadeira transformação vem quando você coloca a Matriz de Eisenhower em prática. E a boa notícia é que você pode começar hoje, sem complicação.


Passo a passo simples:

  1. Liste todas as suas tarefas do dia ou da semana. Coloque no papel ou em uma ferramenta digital (Notion, Trello, Google Tasks).
  2. Classifique cada uma delas em um dos quatro quadrantes. Pergunte-se: “Isso é importante? Isso é urgente?”
  3. Aplique a regra do quadrante:
    • Quadrante 1 → Faça agora.
    • Quadrante 2 → Programe na agenda.
    • Quadrante 3 → Delegue.
    • Quadrante 4 → Elimine sem culpa.
  4. Revise diariamente. A matriz não é estática. Ajuste conforme surgirem novas demandas.


Dica extra: se estiver começando, experimente aplicar a Matriz de Eisenhower em um único dia. Você vai perceber imediatamente a diferença na clareza e no foco.


Os erros mais comuns ao usar a Matriz de Eisenhower (e como evitar)

Apesar da simplicidade, muitas pessoas cometem alguns deslizes que atrapalham a aplicação prática da matriz. Saber quais são esses erros é meio caminho andado para evitá-los.


Erro 1: Confundir urgência com importância.
Nem tudo que exige rapidez é realmente relevante. Atender uma ligação pode ser urgente, mas não necessariamente importante para seus objetivos.
Como evitar: Sempre pergunte: “Se eu não fizer isso agora, quais as consequências reais?”


Erro 2: Superlotar o Quadrante 1.
Se quase tudo parece urgente e importante, é sinal de que você está apagando incêndios constantemente.
Como evitar: Invista mais tempo no Quadrante 2 (planejamento, prevenção, preparação).


Erro 3: Resistir a delegar.
Muitos líderes e profissionais acreditam que precisam fazer tudo sozinhos. Isso gera sobrecarga e bloqueia o crescimento.
Como evitar: Pratique delegar pequenas tarefas primeiro e vá aumentando aos poucos.


Erro 4: Culpa ao eliminar tarefas.
Há quem insista em manter atividades inúteis só porque “sempre foi assim”.
Como evitar: Questione-se: “Se eu parar de fazer isso, o que realmente muda?” Se a resposta for “nada relevante”, elimine.


Perguntas rápidas para usar a Matriz de Eisenhower no dia a dia

Para facilitar ainda mais, aqui estão algumas perguntas que você pode se fazer sempre que estiver em dúvida sobre onde colocar uma tarefa na Matriz de Eisenhower:

  • É importante para meus objetivos de longo prazo?
  • Precisa ser feito hoje ou pode ser programado?
  • Precisa ser feito por mim ou posso delegar?
  • Se eu não fizer isso, o que acontece?
  • Essa tarefa contribui para o que eu realmente quero ou só consome meu tempo?


Essas perguntas simples funcionam como um filtro mental, ajudando você a tomar decisões mais conscientes em poucos segundos.


Conclusão: escolha o que realmente importa

A Matriz de Eisenhower não é apenas uma técnica de produtividade, é uma forma de pensar. Ao classificar suas tarefas entre urgente e importante, você assume o controle do seu tempo e deixa de viver no piloto automático.


Em vez de se sentir constantemente ocupado e sobrecarregado, você passa a direcionar energia para o que realmente traz resultados:

  • Resolve as urgências sem deixar que elas dominem sua rotina.
  • Programa o que constrói o futuro.
  • Aprende a delegar com confiança.
  • Elimina o que só consome tempo e não gera valor.


A grande virada está em perceber que não se trata de fazer mais coisas, mas sim de fazer as coisas certas. E a Matriz de Eisenhower é o mapa que te mostra esse caminho.


Agora, o próximo passo é com você:
Pegue uma folha de papel ou abra seu aplicativo favorito e monte sua matriz ainda hoje. Classifique suas tarefas e siga as regras de cada quadrante.


Você vai se surpreender com a clareza que isso traz. E, mais importante, vai descobrir que ter mais tempo livre e foco não é um luxo, é uma escolha estratégica.


No fim das contas, produtividade não é sobre velocidade, e sim sobre direção. E a direção certa começa quando você decide priorizar o que realmente importa.


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Gustavo Quezada

Gustavo Quezada

Com mais de 20 anos em tecnologia, já fui de desenvolvedor a líder de equipes e virei empreendedor, mentor em liderança e produtividade. Tenho ajudado estudantes e profissionais em atividade serem mais produtivos e terem sucesso na vida pessoal e profissional.

Aprenda como criar tempo para o que importa com as 4 etapas do livro Faça Tempo. Destaque, foco, energia e reflexão no seu dia.

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